Essa teoria trabalha com a ideia de mercado: a notícia aparece como um produto a venda. Nessa teoria a notícia sai do âmbito individual para o âmbito da organização jornalística, já que as normas da empresa sobrepõe aos valores individuais dos jornalistas. Entende-se que o jornalista adequa-se à política do veículo não por existirem normas, mas por um processo de recompensa e punição, já que quando faz algo que a organização julga certo ele ganha uma recompensa e quando age de forma errada pelo julgamento da empresa ele é punido.
Defende-se que a acomodação do jornalista na organização se dá por seis motivos:
  • autoridade e sanções;
  • hierarquia e referência superior;
  • promoção profissional;
  • ausência de conflitos de grupos;
  • prazer pelo trabalho;
  • notícias como valor estimulando a solidariedade (orgânica) entre os jornalistas da "direção" (ou a direção) e os da "redação".

Entende-se que a notícia é o espaço que sobre da publicidade: o fator econômico , como parte da organização, é determinante na construção da notícia.

A Teoria da Organização pressupõe que as notícias são como são porque as empresas e organizações jornalísticas assim as determinam.

Warren Breed estudou em 1955 o profissional-organizativa-burocrático e entendeu que ele que exerce influência nas escolhas do jornalista. Sua principal fonte de expectativa não é o público e sim seus colegas de trabalho e superiores. Sendo assim, o jornalista acaba sendo socializado na política editorial da organização através de um sistema de recompensa e punição. Em outras palavras, ele se conforma com as crenças editoriais que passam a valer mais que a sua crença individual.

Mas o autor reconhece que o conformismo possa ser amenizado pelo sentimento de autonomia profissional da maioria dos jornalistas. Segundo ele existem cinco fatores que ajudam a fugir do controle social da empresa.

  • A falta de clareza de grande parte das normas presentes na política editorial, que costuma ser vaga ou pouco estruturada.
  • As rotinas de produção da notícia, muitas vezes, escapam ao controle dos chefes, que não estão presentes durante a coleta e redação das informações. O jornalista pode privilegiar determinado entrevistado ou dar enfoque específico a um determinado assunto.
  • Geralmente o jornalista acaba se tornando especialista em determinada área. E o chefe vai pensar duas vezes antes de interferir na reportagem dele. Principalmente, se a pauta for sugerida pelo próprio repórter.
  • O jornalista pode ameaçar a chefia com a pressão do furo, alegando que o jornal concorrente deve publicar a matéria.
  • O "estatuto de jornalista", que é uma espécie de star system da profissão. Aqueles que têm estatuto de estrela, como colunistas ou repórteres especiais, podem transgredir com mais facilidade a política editorial.

No final das contas, a conclusão de Breed é que a linha editorial das empresas é sempre seguida, apesar das possibilidades de transgressão descritas.

Enfim, a Teoria da Organização quer dizes que as notícias são como são pois as organizações assim as determinam. Acontece isso quando existe a linha editorial, a política que a empresa segue. Podemos observar isso claramente na revista de maior circulação nacional. A Veja, tem uma linha editorial anti governo Lula, várias das reportagens são subjetivas e as vezes dão a entender uma manipulação maquiada. Em vários veículos também se percebe essa teoria, é só aguçarmos nossa curiosidade e tentar entender porque determinado veículo dá uma notícia de uma forma e não de outra.

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Ótimo texto,de uma leitura clara e objetiva.

RondineliGyn disse...

Estou em 2021 e gostaria de dizer que esse blog está me ajudando muito nos meus estudos, espero que todos os alunos que fizeram parte da construção desse blog tenham muito sucesso na sua carreira profissional.
Obrigado por compartilhar o conhecimento de vocês!

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