A teoria do newsmaking pressupõe que as notícias são como são porque a rotina industrial de produção assim as determina.
  • Há superabundância de fatos no cotidiano. Sem organização do trabalho jornalístico é impossível produzir notícias.
  • O PROCESSO DE PRODUÇÃO DA NOTÍCIA É PLANEJADO COMO UMA ROTINA INDUSTRIAL.

Os veículos de informação devem cumprir algumas tarefas neste processo:

  • Reconhecer, entre os fatos, aqueles que podem ser notícia (seleção);
  • Elaborar formas de relatar os assuntos (abordagem/angulação);
  • ORGANIZAR, temporal e espacialmente, o trabalho para que os acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhados de maneira organizada.

"Embora o jornalista seja participante ativo na construção da realidade, não há uma autonomia incondicional em sua prática profissional, mas sim a submissão a um planejamento produtivo. As normas ocupacionais teriam maior importância do que as preferências pessoais na seleção das notícias."

Diante da IMPREVISIBILIDADE dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção das notícias. É dessas práticas que se ocupa a teoria do newsmaking.

Dentre as práticas apresentadas por essa teoria, destacam-se as seguintes:

  • Noticiabilidade: Critérios que escolhem, entre inúmeros fatos, uma quantidade limitada de notícias.
  • Sistematização: rotina de divisão das ações que envolvem a pauta, a reportagem e a edição.
  • Valores-notícia: senso comum das redações. Qualquer jornalista sabe dizer o que é notícia e o que não é de acordo com o senso comum.

Marcelo Beraba, é ombudsman do jornal Folha de São Paulo desde 2004 e escreveu sobre a morte do Papa João Paulo I e do seu sucessor João Paulo II. Ele compara como foi que os jornais publicaram essas mortes e quais ferramentas e as dificuldades no ano de 1978 na morte do primeiro.
Marcelo Beraba escreveu para o Observatório da Imprensa no dia 11/04/2005. Tô postando o link para vocês leem, pois vale a pena para observarmos quais as dificuldades existiam naquela época e a nossa facilidade de hoje em dia, que as vezes é prejudicial, já que estamos sendo massacrados com tanta informação e de todos os lados possíveis.
Galera, fica a dica também do observatório da imprensa, quando forem conferir o Marcelo Beraba, deem uma olhada no que tá rolando dia a dia por lá. Vale a pena demais.
Galera, tô postando um artigo que estudamos em aula, e que é muito interessante para que suspeita das versões da revista Veja, e pra quem ainda não suspeita, é bom suspeitar.
O artigo mostra bem essa tática de usar a irônia em suas reportagens para deixar subentendido o que ela quer dizer. Entenderam? Não? Então vale conferir o artigo. Inteligentemente escrito pela Doutora Márcia Benetti. Ela é Doutora em comunicação pela PUC-SP e professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da UFRGS.
Acesse o site e baixe o artigo e se surpreendam com o que pensa essa Doutora sobre a revista mais lida do país.
Estudamos em sala a revista 'Veja', e observamos quais teorias aplicadas na revista. Chegamos a seguinte conclusão:
  • A teoria do gatekeeper é uma das teorias mais usadas, já que o jornalista interfere de forma direta no conteúdo da reportagem. Um exemplo disso é a matéria que a Veja fez sobre o Che Guevara, onde tenta apagar a imagem do herói construída ao longo dos anos por sua história na luta contra o governo em Cuba. (Matéria que saiu na edição 2028, de 03 de outubro de 2007) Na matéria os jornalistas Diogo Schelp e Duda Teixeira ignoram fontes importantes e optam por escutar apenas um lado da história e isso faz com que o leitor acredite no que está lendo, já que usa fontes confiáveis, porém são fontes que contam apenas uma versão do que aconteceu. Isso é contra o princípio ético do jornalismo, já que toda reportagem devem ter no mínimo dois lados.
  • A teoria organizacional também é constatada nas matérias da revista. Com reportagens que sempre ferem ou alfinetam o governo, a revista demonstra obedecer uma organização, ou seja, seus donos.
  • A teoria do agendamento é outra teoria bastante notada. A Veja é a revista hoje de maior circulação, e todos aqueles que a leem acabam levando aquelas reportagens para suas conversas cotidianas, ou seja, a revista pauta as conversas das pessoas diariamente.
Teoria do Agendamento, o jornalismo como distribuidor de saberes.

"(...)em consequência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que o mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende aquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas."
Donald Shaw , 1979 (In: WOLG , 1994)
Itálico

A origem do conceito de agendamento está no pensamento de Walter Lippman. Jornalista norte-americano de grande atuação em pesquisas de opinião nos Estados Unidos da primeira metade do século passado, Lippman constituiu uma das mais respeitadas obras de estudos da cultura de massa e opinião pública da época, com ressonância até hoje. Para ele, " a notícia não é um espelho das condições sociais, mas um relato de um aspecto que se impôs". É seguindo esta linha de pensamento , que o autor aproxima os conceitos de notícia e opinião pública.
No entanto, a formulação clássica do conceito surge nos Estados Unidos no final da década de sessenta com Maxwell E. McCombs e Donald Shaw.

A Teoria do Agendamento pressupõe que as notícias são como são porque os veículos de comunicação nos dizem em que pensar, como pensar e o que pensar sobre os fatos noticiados.

A teoria do agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais importantes os assuntos veiculados na imprensa, sugerindo que os meios de comunicação agendam nossas conversas. Ou seja, a mídia nos diz sobre o que falar e pauta nossos relacionamentos.
A hipótese do agenda setting não defende que a imprensa pretende persuadir. A influência da mídia nas conversas dos cidadãos advém da dinâmica organizacional das empresas de comunicação, com sua cultura própria e critérios de noticiabilidade. Nas palavras de Shaw, citado por Wolf, "as pessoas têm tendência para incluir ou excluir de seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo". É disso que se trata o agendamento.
Na maioria dos casos, estudos baseados nessa teoria referêm-se a confluência entre a agenda midiática e agenda pública. Entretanto, seus objetivos não são verificar mudanças de voto ou de atitude, mas sim a influência da mídia na opinião dos cidadãos sobre que assuntos devem ser prioritariamente abordados pelos políticos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o assunto violência tem espaço diário nos jornais. Adivinhem que tema os políticos mais falam?
A ação da mídia no conjunto de conhecimentos sobre a realidade social forma a cultura e age sobre ela. Para Noelle Neumann, citada por Wolf, essa ação tem três características básicas:
  • Acumulação: é a capacidade da mídia para criar e manter relevância de um tema.
  • Consonância: as semelhanças nos processos produtivos de informação tendem a ser mais significativas do que as diferenças.
  • Onipresença: o fato da mídia estar em todos os lugares com o consentimento do público, que conhece sua influência.

Concluindo, a teoria do agendamento nos diz, que as notícias pautam nosso dia a dia, nossas conversas e isso acontece com o poder da mídia de selecionar o mais importante e nos fazer enchegar que aquilo é sim o mais importante. As vezes o poder convencimento da mídia parece manipulação, mas não é, a mídia simplesmente expõe as notícias que julgam importante e o público, tradicionalmente, acredita sem duvidar e repassa aquele assunto para frente, sem questionar.

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